domingo, 16 de junho de 2013

Novidades - Pré Venda

 
 

O Julgamento de Gabriel

 

 

Nem acredito, já tem pré venda do livro "O Julgamento de Gabriel", para quem já leu o "Inferno de Gabriel" e gostou, sabe que vai adorar!!! É linda a História de Gabriel Emerson e Júlia Mitchell. Não vejo a Hora!!!

 

Lançamento: 16/07/2013

 
O professor Gabriel Emerson estava sentado na cama, nu, lendo o jornal florentino La Nazione. Havia acordado cedo na cobertura Palazzo Vecchio
do Gallery Hotel Art e pedira o serviço de quarto, mas não conseguiu resistir à
tentação de voltar para a cama e ficar observando a jovem dormir. Ela estava deitada de lado, virada para ele, respirando de modo suave. Um diamante brilhava
em sua orelha, suas faces estavam rosadas por causa do calor. O sol entrava pelas
janelas panorâmicas, iluminando a cama.
As cobertas, deliciosamente amarrotadas, recendiam a sexo e sândalo. Seus
olhos azuis brilharam, explorando-a sem pressa, a pele exposta, os cabelos longos e negros. Quando tornou a voltar sua atenção para o jornal, ela se mexeu um
pouco e gemeu. Preocupado, ele atirou o jornal de lado.
Ela puxou os joelhos para junto do peito, enroscando-se na cama. Murmúrios
escaparam de seus lábios e Gabriel se inclinou para mais perto, tentando decifrar
o que ela dizia. Mas não conseguiu.
De repente, seu corpo se contorceu e ela deu um grito de cortar o coração.
Seus braços se debateram, lutando com o lençol que a cobria.
– Julianne?
Ele pousou de leve a mão sobre seu ombro nu, mas ela se encolheu ao toque.
Começou a balbuciar o nome dele repetidamente, o tom de voz cada vez mais
apavorado.
– Julia, estou aqui – disse ele, elevando a voz.
No instante em que tornou a estender a mão para tocá-la, ela se sentou na
cama com as costas eretas, ofegante.
– Você está bem?
Gabriel se aproximou, resistindo ao impulso de tocá-la. Ela respirava com difi-culdade e, sob o olhar vigilante dele, cobriu os olhos com a mão trêmula.
– Julia?
Após um longo minuto de tensão, ela o encarou de olhos arregalados.
Ele fechou a cara.
– O que houve?
Ela engoliu em seco.
– Um pesadelo.
– Sobre o quê?
– Eu estava no bosque atrás da casa dos seus pais, em Selinsgrove.
As sobrancelhas de Gabriel se uniram atrás dos óculos de armação preta.
– Por que você sonharia com isso?
Ela respirou fundo, cobrindo os seios com o lençol e levando-o até o queixo.
A coberta, volumosa e branca, engoliu suas formas delicadas antes de ondular
como uma nuvem por sobre o colchão. Aos olhos dele, ela parecia uma estátua
ateniense.
Ele correu os dedos com carinho por sua pele.
– Julianne, fale comigo.
Ela se contorceu sob o seu olhar penetrante, mas ele se recusou a soltá-la.
– O sonho começou muito bonito. Nós fizemos amor à luz das estrelas e eu
adormeci em seus braços. Mas, quando acordei, você tinha sumido.
– Está me dizendo que sonhou que fiz amor com você e depois a abandonei?
– A voz dele ficou mais fria para disfarçar seu desconforto.
– Eu já acordei no pomar sem você antes – disse ela a meia voz, em tom de
censura.
O fogo de Gabriel se apagou na mesma hora. Ele pensou naquela noite mágica
seis anos antes, quando eles se conheceram e apenas conversaram e ficaram abraçados. Ele havia acordado na manhã seguinte e fora embora, deixando sozinha uma
adolescente adormecida. A ansiedade dela era compreensível e até comovente.
Um a um, Gabriel abriu e beijou os dedos cerrados dela, arrependido.
– Eu amo você, Beatriz. Não vou abandoná-la. Você sabe disso, não sabe?
– Doeria muito mais perder você agora.
Franzindo a testa, ele passou um braço em volta dela, pressionando seu rosto
contra o peito. Uma enxurrada de lembranças lhe invadiu a mente enquanto ele
pensava nos acontecimentos da noite anterior. Tinha visto Julia nua pela pri-meira vez e a iniciara nas intimidades do sexo. Ela compartilhara sua inocência
com ele, que acreditava tê-la feito feliz. Sem dúvida havia sido uma das melhores
noites da sua vida. Ele refletiu sobre isso por alguns instantes.
– Você se arrepende da noite passada? – perguntou.
– Não. Estou feliz que você tenha sido o primeiro. Foi o que eu sempre quis,
desde que nos conhecemos.
Ele pousou a mão no rosto dela, acariciando sua pele com o polegar.
– É uma honra ter sido o seu primeiro. – Ele se inclinou para a frente, seu olhar
fixo. – Mas também quero ser o último.
Ela sorriu e levou os lábios ao encontro dos dele. Porém, antes que Gabriel
pudesse abraçá-la, as badaladas do Big Ben ecoaram pelo quarto.
– Deixe isso para lá – sussurrou ele, irritado, esticando o corpo sobre o dela e
obrigando-a a se deitar.
Ela lançou um olhar por sobre o ombro dele, em direção ao iPhone que tocava
em cima da mesa.
– Achei que ela não fosse mais ligar para você.
– Não vou atender, então não tem importância. – Ele se ajoelhou entre as pernas dela e a descobriu. – Na minha cama, só existimos nós dois.
Ela perscrutou os olhos dele enquanto Gabriel colava seu corpo nu ao dela.
Ele se inclinou para a frente a fim de beijá-la, mas ela virou a cabeça.
– Ainda não escovei os dentes.
– Não me importo.
Ele baixou os lábios até seu pescoço, beijando-o e sentindo sua pulsação ace-lerada.
– Prefiro fazer a toalete antes.
Ele bufou, frustrado, e se apoiou num dos cotovelos.
– Não deixe Paulina estragar as coisas entre nós.
– Não vou deixar.
Ela tentou rolar de baixo dele e levar o lençol, mas Gabriel o agarrou. Olhou
para Julia por sobre a armação dos óculos, os olhos faiscando de malícia.
– Preciso do lençol para fazer a cama.
Os olhos de Julia se desviaram do tecido branco preso entre os dedos dele e
foram até seu rosto. Gabriel parecia uma pantera prestes a atacar. Ela lançou um
olhar para a pilha de roupas no chão. Estavam fora do seu alcance.
– Qual o problema? – perguntou ele, contendo um sorriso.
Julia ficou vermelha e segurou o lençol com mais força. Com uma risadinha,
Gabriel o soltou e a puxou para seus braços.
– Não precisa ser tímida. Você é linda. Se eu pudesse escolher, você nunca
mais se vestiria.
Gabriel pressionou os lábios no lóbulo da orelha dela, roçando o brinco de
diamante. Estava seguro de que Grace, sua mãe adotiva, teria ficado feliz em
saber que Julia recebera seus brincos. Com outro beijo suave, ele se virou, sentando-se na beirada da cama.
Ela correu para o banheiro, mas não antes de Gabriel conseguir ter um vislumbre de seu traseiro encantador quando ela largou o lençol, imediatamente antes
de cruzar a porta.
Enquanto escovava os dentes, ela pensou no que havia acontecido. Fazer amor
com Gabriel tinha sido uma experiência muito intensa, e seu coração ainda estava abalado. O que não era nenhuma surpresa, levando-se em conta a história
dos dois. Ela o desejava desde os 17 anos, quando haviam passado uma noite
inocente juntos num pomar, mas, ao acordar na manhã seguinte, ele tinha desaparecido. Como estava bêbado e drogado quando tudo aconteceu, Gabriel havia
se esquecido dela. Julia só voltou a vê-lo depois de seis longos anos, mas ainda
assim ele não se lembrou dela de imediato.
Quando o reencontrou, no primeiro dia do curso que Gabriel ministrava na
pós-graduação da Universidade de Toronto, ele lhe pareceu atraente porém frio,
como uma estrela distante. Na época, não acreditava que pudessem se tornar
amantes. Achava impossível que o professor temperamental e arrogante correspondesse a seu afeto.
Havia muitas coisas que ela não sabia. O sexo era uma forma de conhecimento, e agora ela sentia uma pontada de ciúme que nunca havia experimentado. A
simples ideia de que Gabriel havia feito com outra mulher (no caso dele, com
muitas outras) o que fizera com ela lhe dava um aperto no peito.
Ela sabia que os encontros de Gabriel eram diferentes do que eles haviam
compartilhado – aventuras que nada tinham a ver com amor ou afeto. Mas ele
despira aquelas mulheres, vira-as nuas e as penetrara. Quantas delas não desejaram mais depois de terem estado com ele? Paulina havia desejado. Ela e Gabriel
tinham mantido contato ao longo dos anos, desde que perderam o bebê deles.
A nova maneira de Julia encarar o sexo mudou sua compreensão do passado
dele e a tornou mais solidária com o drama de Paulina. E ainda mais precavida
contra perder Gabriel para ela ou para qualquer outra mulher.
Sentindo-se invadida por uma onda de insegurança, Julia se agarrou a uma
das pias do banheiro. Gabriel a amava, ela acreditava nisso. Mas também era um
cavalheiro e por isso jamais revelaria que a relação deles o deixara insatisfeito.
E quanto ao seu próprio comportamento? Ela havia feito perguntas e falado em
momentos nos quais imaginava que a maioria das amantes teria ficado calada.
Tinha feito muito pouco para agradá-lo e, quando tentou, ele a impedira.
Julia voltou a ouvir as palavras do seu ex-namorado, girando em sua mente
como gritos de condenação:
Você é frígida. Vai ser péssima de cama.
Ela deu as costas para o espelho, refletindo sobre o que poderia acontecer se
Gabriel estivesse insatisfeito com ela. O espectro da traição mostrou sua cabeça
maléfica, trazendo consigo visões de quando ela encontrou Simon na cama com
sua colega de quarto.
Ela empertigou os ombros. Estava confiante de que, se convencesse Gabriel a
ser paciente e ensiná-la, poderia dar prazer a ele. Gabriel a amava e lhe daria uma
chance. Ela pertencia a ele, como se seu nome estivesse gravado a ferro e fogo na
pele dela.
Quando saiu do banheiro, ela o viu através da porta aberta do terraço. No caminho, se distraiu com um belo vaso de flores roxo-escuras e lírios mais claros,
matizados, em cima da mesa. Alguns amantes teriam comprado rosas vermelhas
de caules longos, mas Gabriel, não.
Ela abriu o cartão que estava aninhado entre as flores.



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